Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

Sejam bem-vindos !

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Relato do dia 01 de outubro de 2013 – Formação de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis



        No dia 01 de outubro de 2013, no período matutino, ocorreu o Encontro de Formação de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis, ministrado pelo Professor Alexandre Vaz, com a presença de 22 professores e 3 bolsistas da UFSC.  A pauta principal foi à discussão correspondente aos debates sobre a avaliação na Educação Física Infantil e seus desdobramentos e encaminhamentos para o trabalho do professor e da equipe pedagógica na unidade educativa.
No primeiro momento o professor Alexandre perguntou como foi o encontro com as supervisoras, se foi proveitoso para tentar chegar a algum consenso e facilitar a compreensão do que é feito nas unidades de Educação Infantil no que diz respeito à avaliação em Educação Física.
O segundo momento o Professor Alexandre propôs 3 desafios relacionados aos debates que já estão em pauta sobre as avaliações:

a) Currículo para a Ed. Física na Ed. Infantil. (Ciclos escolares e promoção automática).
b) Avaliação.
c) Compromisso com a formação das crianças considerando a continuidade da Educação Básica e da condição infantil, nos primeiros anos do ensino fundamental.

Também elencou 4 questões temáticas importantes para a Educação Física que estão presentes no documento concluído em novembro de 2012. Jogos da tradição, novos jogos, esportes, danças, ginásticas, etc... Praticar, compreender, recriar, narrar.
1.        Formas dramatúrgicas, brincadeiras, frequentemente vinculadas à espontaneidade.
2.        Linguagem, fala e voz.
3.        Cuidados consigo e com os outros. (Professores e alunos).  

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO

a)                  Dependente dos interesses da formação das crianças. (Pensar nas crianças, avaliar elas é bom para que se formem melhor).
b)                 Não ligada à promoção para as etapas seguintes.
c)                  Considerar o que foi “ensinado” (trabalhado).
d)                 Observar as singularidades e o longo prazo.  
e)                  Considerar desenvolvimento e aprendizagem.
f)                  Processo de equilíbrio entre as propostas práticas consideradas e os critérios a serem avaliados.


Um desafio importante é o planejamento, que frequentemente vai perdendo o vigor no decorrer do ano. É preciso um planejamento para o ano todo, em que se calcule mais o tempo para tentar chegar com fôlego no final.
A educação Infantil é a primeira etapa da educação e não apenas a preparação para o ensino fundamental. O desenvolvimento não se dá no vazio, é o conjunto de mediações que se vai se experimentando ao longo da vida, seja mais ou menos complexo. A criança tem um potencial que se desenvolve quando é enfrentado.  
Segundo Vygotsky, a criança muito pequena ainda não tem a capacidade moral para jogar um jogo com regras. Da mesma forma, o autocontrole é limitado: o uso da colher na alimentação - atividade que exige uma mínima coordenação motora fina (levar a colher que esta na mão até a boca), controle corporal (que exige a posição sentada) e que envolve um conjunto de regras (não jogar a colher no chão). Todavia, a criança não tem a maturação moral para saber que no chão tem sujeiras, bactérias. Assim, a maturação é requisito paralelo para desenvolvimento de certas atividades.
Essa maturação faz parte do conjunto de relações sociais, que a criança não pode fazer, não porque é proibido, mas porque não tem plena consciência, assim não tendo a resposta.

PROBLEMAS COMPLEXOS PARA A AVALIAÇÃO

Algumas perguntas que podem orientar A elaboração de um conjunto de práticas avaliativas mais completas:

a)      O “bebê” deixa-se tocar com facilidade por um adulto? (Relação corporal)?
b)      Apresenta desenvoltura para se localizar no espaço e entre brinquedos? (Atividades de circuito, de rodas).
c)      Salta? Corre? Lança objetos á distância?
d)     Quais atividades de equilíbrio domina e em que grau? (Estático, dinâmico, superar o medo, com ajuda ou sem ajuda).
e)      Resolve situações de conflito, negociando ou agredindo físico e verbalmente?
f)       Domina a organização dos jogos e brincadeiras?
g)      Dispõe-se a exercer diferentes papéis nas atividades?
h)      Toca e deixa-se tocar sem violência?

Durante a apresentação dessas questões surgiu novamente a questão da forma da avaliação, muitas supervisoras solicitam aos professores que não usem termos que os pais não consigam entender. Porém debatemos que nem sempre é necessário mudar todos os termos técnicos próprios da Educação Física da avaliação, mas tentar facilitar a compreensão de alguns para que o significado fique claro, ou até mesmo colocar entre parênteses o que ele significa.
A avaliação não pode ser um discurso de poder, mas cada área possui seu tipo de vocabulário. Facilitar ou ajudar a entender o que está escrito é uma forma de transmissão de conhecimento aos pais ou responsáveis, pois a escola é um grande disseminador de formação e informação.

As 9h45 ocorreu um intervalo de 15 minutos
Após a pausa, voltamos à questão da avaliação, com um momento de sugestões de questões, retomando a dificuldade de avaliação individual e pensando em alternativas para conseguir avaliar individualmente, para os professores responsáveis por muitas turmas.  Os professores destacam que com, às vezes, 150 ou 200 crianças, é um desafio lembrar do desenvolvimento de cada um, principalmente devido à qualidade do texto de avaliação, que deve evitar a simples cópia do que foi escrito sobre uma criança para a outra.
Baseada nessa dificuldade o professor Alexandre sugeriu avaliação individuais mais extensas anuais ou de 2 em 2 anos, para os professores efetivos, pois será possível reunir material com informações sobre as crianças, subsidiando assim uma avaliação com qualidade. A cada semestre, escolher-se-ia um ou dois grupos.
No terceiro momento do encontro o professor Alexandre apresentou entrevistas e relatos de professoras de rede e foi solicitado que os professores presentes refletissem, a partir deles, sobre o que foi discutido no encontro. Os seguintes tópicos foram levantados:

- Pensar em cada Grupo.
- Expectativa que não é possível avaliar crianças menores, porém isso está ligada ao interesse do professor e não da criança.
- Temos que fazer as perguntas certas, do contrário aguardamos respostas que elas não podem dar.
- Questões das brincadeiras, sejam elas antigas ou não.
- Não podemos lidar com o pensamento da criança ideal, universal, mas, sim respeitar as singularidades.

Na cena, foram encontrados mais tópicos importantes:

- Dinâmica da Aula.
- Resposta para resolver momentaneamente o problema: “Respira fundo que vai passar”, quando um aluno reclamou de calor.
- Um grupo com dificuldade de interação.
- Questão importante - informa que vai fazer uma brincadeira que as crianças de todo o mundo brincam.
- Deu ênfase ao respeito, pois sem ele não há jogo.
- Como se resolve o conflito.
- Cuidados do corpo, deixa-se tocar, ou toca.
- Os corpos estão para serem cuidados
- Abraço, colo, mão para o colega.

ENCAMINHAMENTOS:

Finalização do DVD Cirandas do Grupo Independente, próximos encontros em 08/10 e 22/10. E próxima formação da rede é dia 12/11.



Obs: Fazer uma nota indicando o documento citado no relatório, que foi concluído em novembro de 2012.

Relato do dia 17 de setembro de 2013 – Formação de Professores do Grupo Independente de Educação Física



 No dia 17 de setembro de 2013, às 9 horas, teve início o Encontro do Grupo Independente de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis.
O encontro contou com a presença de onze (11) professores, bem como de duas bolsistas da UFSC. Este encontro teve como pauta principal a visualização do vídeo do DVD Cirandas produzido pelo grupo, para realização de ajustes e complementações e também para debate sobre o encontro com as supervisoras, porém o tempo não foi suficiente.
No primeiro momento ocorreu a visualização dos vídeos das 14 cirandas e após a visualização das discussões sobre o DVD. Foi solicitado aos professores que anotassem erros ou complementações que quisessem fazer no DVD - alterações de legendas, títulos e ajustes técnicos.
Após a visualização completa das cirandas e discussões ocorreu às discussões sobre as alterações que poderiam ser feitas, como as legendas que estavam com alguns erros, títulos que poderiam ser reformulados e trechos das discussões que poderiam ser retiradas devido a assuntos que fugiam do propósito do DVD.
Devido a muitos ajustes a serem feitos no DVD, não restou tempo suficiente para a discussão sobre o encontro das supervisoras, passando para o próximo encontro, dia 08.10, e também para a continuação dos ajustes e finalizações do DVD.
O encontrou encerrou às 12hs.
ENCAMINHAMENTOS:
Enviar via e-mail e publicar no blog solicitação para que todos os professores que participaram de alguma forma na construção do DVD e que desejam de ter seus nomes na ficha técnica, que nos enviem, também por e-mail, nome completo e unidade na qual trabalham.

Relato do dia 13 de agosto de 2013 - Formação continuada da Rede de Educação para professores de Educação Física

Período Matutino 


          No dia 13 de agosto de 2013, às 8h30, teve início o Encontro de Formação de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis, ministrado pelo Professor Alexandre Vaz, com a presença de 17 professores, 2 bolsistas e uma Assessora da Secretaria da Educação Infantil. O encontro teve como pauta principal o relato e discussões sobre as possibilidades e métodos das práticas pedagógicas acerca das teorias científicas já apresentadas em encontro anteriores.
          No primeiro momento do encontro retomamos ao assunto do anterior, com o Professor Alexandre apresentando slides contendo trechos de entrevistas e relatos de experiências de professores não identificados. O objetivo foi tratar algumas cenas, com questões da prática pedagógica, para serem analisadas.
          Primeiramente o Professor Alexandre apresentou 4 slides que destacavam as questões:

- Qual o papel da Teoria?
- Os interesses das crianças, a mediação do professor?
- E as crianças que não querem fazer (o tempo em que ficamos com eles)?
- Jogo, o que é possível?

          O papel da teoria é orientar, planejar, avaliar uma pratica pedagógica, trata-se de um conjunto de conceitos sobre algo. A teoria depende de mudanças, pode ser derrubada tanto pelo tempo, como por outra teoria. Não se pode enquadrar a realidade na teoria, é possível ter teorias divergentes.
         Os interesses das crianças podem ser momentâneos, imediatos, porém não podem ser um definidores de tarefas na instituição. Bom senso é necessário, porém não é suficiente. De que maneira posso orientar minha prática, que mediações fazer? Como posso ter mediações mais complexas mais apropriadas para cada criança? É preciso destacar que estas questões e outras apenas podem emergir da realidade.
          Para a professa Adriana Wendhausen, as crianças vão criando uma demanda daquilo que se lhes oferece, por exemplo: quando vamos fazer “tal brincadeira” novamente? Há ainda uma demanda que é construída com elas, como, por exemplo, um jogo elaborado por uma criança (Jogo do Diabo). Neste caso, a criança pediu para a professora Adriana para que brincassem do jogo por ele elaborado, o que ocorreu em aula previamente agendada. A professora perguntou para a criança como ele funcionava, obtendo como resposta as seguintes orientações: o Diabo, pega e transforma as pessoas em Morcego e este pega e as transforma em Vampiro. A professora percebeu a complexidade que a criança elaborou no jogo, no qual um personagem pega e transforma em outro personagem e este em um terceiro personagem. Durante o jogo a Professora relatou que havia problemas, pois o morcego depois de pego ficava sem função, já que se tratava do último personagem. A professora interferiu no jogo mediando a reelaboração das regras, além da introdução de uma barra com os alunos, para
que eles descansassem um pouco. A Professora Adriana relatou ainda que ficou surpresa com tanta criatividade e complexidade do jogo.
         Segundo o professor Alexandre, a imaginação é o conjunto de imagens que se juntam, transformando em magia, diversão, e que nas brincadeiras essas situações vivenciadas têm o papel, entre outros, de espantar o medo. Valores que são trabalhados/aprendidos: dramatização, medo, complexidade, jogo. Elementos como, espaço, tempo, imaginação.
         Em relação à questão das crianças que não querem fazer as práticas, o professor Alexandre explica que nem todos os alunos precisam fazer tudo ao mesmo tempo e juntos. Geralmente nas aulas Educação Física todos os alunos realizam as mesmas atividades ao mesmo tempo, sendo a aula centralizada, porém este controle total do professor não é sinônimo de boa aula e nem garante o aprendizado das crianças.
        Professora Adriana diz ter dúvidas em questões do que fazer com quem não participa. Segundo ela, a criança “pode não fazer, mas não deve atrapalhar”, utilizando com estratégia colocar o aluno em posições que desperte o desejo dele para participar da aula, espantando o medo, trocando a brincadeira por uma que eles adoram brincar. É importante mostrar que a criança, dependendo da idade, não pode sair da atividade em qualquer momento, há uma responsabilidade coletiva.
         Terminadas as questões dos 4 primeiros slides, o professor Alexandre apresentou mais 3 slides com as seguintes questões:

- Subordinação ou parceria das práticas da EF em relação as professoras de sala?
- Foto: construir e desconstruir. Brincadeiras – punição – castigo.
- Fragilidade de planejamento.
- Eficiência da brincadeira- resultado e processo.

         Quanto à primeira questão, o professor Alexandre iniciou o debate dizendo que, é preciso ter um projeto em comum com a professora regente, pois não podemos ser auxiliares de sala e que somos um sujeito na formação das crianças, tanto quanto ela. Um problema é o fato de não ter um currículo bem detalhado para a Educação Física.
        A Professora Deise relatou que é preciso ter parceria, uma via de mão dupla, trocar conhecimentos sobre atividades que devem e podem ser trabalhadas com movimento. A tradição é a subordinação clandestina da Educação Física com as demais disciplinas; quando não aceitamos a subordinação há muito avanço da Educação Física na Rede Municipal de Florianópolis. A professora complementa que trabalha suas aulas relacionando com os projetos de sala, porém ela é quem tem que buscar a parceria.
        A Professora Tiandra, que atua sob contrato de ACT, relata que teve dificuldades no 1º semestre, pois trabalha com teatro, dança, pintura, caixa de sensações, porém ficou frustrada quando a Professora de sala falou que ela deveria iniciar atividades de movimentos como andar e correr com as crianças.
       O Professor Alexandre explicou que tradicionalmente o professor de sala é o “chefe”, mas na verdade ele é mais um sujeito da formação das crianças. Neste sentido, surge a importância de fundamentar o planejamento para “enfrentar”, dialogar e criticar, mas sem julgar o trabalho que é feito, mas sim auxiliar.
        A Professora Claudia destacou a formação de Psicomotricidade, pois o equilíbrio, as noções espaciais e os estímulos são importantes no desenvolvimento das múltiplas linguagens.
        A Assessora da Secretaria e Pedagoga Fabrícia relatou que uma ponderação importante é a dificuldade em lidar com bebês, geralmente a cargo do professor de sala, pois com aqueles sempre estão em contato por cuidado e necessidade.
         Professor Alexandre diz que há fragilidade em lidar com os bebês, pois não falam, são diferentes e se expressam de outras formas. A Psicomotricidade é muito importante, mas até que ponto é terapêutica ou educação?
Existem poucas pesquisas que abordam a faixa de 0 a 3 anos. Há um enigma que aos poucos devem ser descobertos, há boas práticas, trabalhar os sentidos, diferentes formas de explorar os sentidos, tato, paladar, visão etc.
         A professora Heloisa relata que fez o planejamento com a supervisora e que o seguem. A relação entre ela e as professoras de sala é boa, pois as professoras sentem que ela já tem o apoio da supervisora, e assim obteve diálogo com as professoras de sala, sem conflito.
      A professora Verônica diz que no início da sua carreira passou por isso e que aos poucos houve mudança de supervisora, que enfrentou conflitos e teve que legitimar seu trabalho novamente.
A professora Heloisa contribuiu dizendo que deixou claro para a supervisora o seu planejamento inicial, mostrando de onde estava partindo e quem estava respaldando (Grupo Independente, Diretrizes Curriculares etc.). Verônica complementa sobre a importância de destacar que não se trata de ação isolada, mas que existe um Grupo de Estudos que ajuda a dar fundamento e suporte para nossas práticas. Complementa dizendo que é importante gerar clima de parceria na instituição, do contrário, tudo se transforma em uma briga diária.
        Limitação, privar ou não alunos das aulas. Elas têm direito de 2h15m por semana de Educação Física, tecnicamente esta sendo privada de um conhecimento.


Período Vespertino 


           No período vespertino estiveram presentes quatorze (14) professores e duas alunas recém-formadas pela UFSC e que pesquisaram seus TCCs em Práticas da Educação Física no âmbito da Educação Escolar de Florianópolis. Este encontro teve como pauta principal o relato e discussões sobre as possibilidades e métodos das práticas pedagógicas acerca das teorias científicas já anteriormente apresentadas e demais experiências/relatos advindos de profissionais que atuam nas instituições públicas de ensino.
          O primeiro momento do encontro conduzido pelo Professor Coordenador Jaison Bassani foi destinado à recapitulação do encontro anterior, ocorrido em Jul/13 em que foram abordadas questões das teorias científicas mediacionais (principalmente Piaget, Vigotsky e a interpretação de Peres Gomes) e seus desdobramentos práticos e de planejamento das aulas. Naquele momento anterior também se apresentou um vídeo que foi relembrado por todos. Outra questão de maior evidência foi a equação que comumente surge durante as aulas, tendo de um lado o interesse dos alunos e de outro o interesse dos professores.           Destacou-se também o sentido de progressão das práticas como elemento de um processo cumulativo e não reprodutivo, sendo feita uma distinção clara entre o caráter singular (único professor, características socioculturais únicas dos alunos etc.) e o universalizante (padronização das aulas em sentido amplo e reprodutivo). Toda essa problematização foi explanada de forma segmentada em estratos (slides) baseados nos registros e experiências anteriores, bem como em perspectiva segundo a qual a prática precede a teoria. Estaúl tima será processada e integrada por pressupostos teóricos (flexíveis e adaptáveis), formando, assim, uma consequência e um formato didático metodológico.

          No segundo momento se iniciou a discussão sobre os estratos, tendo no slide 1 o relato de uma professora de Educação Física de uma creche, de onde saiu a campo com as crianças numa atividade extraclasse. Com base na leitura deste relato, o professor Rafael levantou: como é possível adequar o planejamento previamente traçado dentro da proposta pedagógica a ser trabalhada com a estrutura e condição do local encontrado de forma que não descaracterize essa etapa do plano de aula? Em seguida a           Professora Denise complementou sua fala mencionando que o objetivo das aulas não devem ser delineados apenas sob olhar dos profissionais, mas, sim, devem ser tão horizontais e adaptáveis de forma que atinja, em grande parte, os interesses e objetivos sob o olhar das crianças. A participação do Professor Marcos contribui no sentido de ampliar os objetivos de forma adaptada aos instrumentos de avaliação praticados. Já para o professor Ronaldo, o relatório foi visto de forma positiva, pois a relatora projetou o futuro e fez uma autocrítica da sua aula, mostrando engajamento na docência. Por fim, a Professora Marilze destacou que o uso dos espaços fundamenta-se, principalmente, pelas diferenças biológicas, e socioculturais das crianças e adultos.
          O slide 2 apresentado na forma de entrevista por uma professora do NEI A incorporou uma nova temática, a Psicomotrocidade. Na ocasião o Professor Jaison explanou da carência sobre a temática infantil e suas implicações psicomotoras que apresentavam os currículos das instituições acadêmicas de duas décadas atrás! Também foi debatido as diferentes maneiras de compreensão do corpo e seus usos, destacando que as crianças são sujeitos pedagógicos.
          Já no Slide nº 3, abordou-se a questão da avaliação e demais orientações metodológicas. Momento em que se chegou à conclusão de que as teorias adotadas (sejam elas quais forem) são formuladas sempre posteriormente às práticas, e que as primeiras sempre terão consequência efetiva nestas últimas. É preciso quebrar a ideia de que a Educação Física deve se balizar apenas em uma única teoria estanque.
          Por fim no slide 4, o Professor Ronaldo argumentou sobre as crianças que não fazem nada durante as aulas, comportamento este que faz parte de um processo que é visto sob as diferentes interpretações do profissional: do ambiente (espaços em que estão inseridos), dos estímulos propostos e das experiências socioculturais e práticas anteriores vivenciadas pelas crianças. Concluindo, ficou evidente que muitas vezes os próprios profissionais e/ou responsáveis rotulam as crianças (preguiçosa, desobediente etc.) criando bloqueios e barreiras indesejadas e que comumente são reforçadas durante as aulas de Educação Física.

Encaminhamentos:

* O próximo encontro de CONVOCAÇÃO está agendado para o dia 03/09.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Relato do dia 10 de Setembro de 2013 – Formação de Professores do Grupo Independente de Educação Física


No dia 10 de setembro de 2013, às 9 horas, teve início o Encontro do Grupo Independente de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis.
O encontro contou com a presença de onze (11) professores, cinco (5) Supervisoras, uma (1) Coordenadora do Grupo de Supervisoras de Rede Municipal de Florianópolis e três (3) bolsistas da UFSC. Este encontro teve como pauta principal o convite às supervisoras para um debate sobre a avaliação na Educação Física na Educação Infantil.
            O primeiro momento do encontro foi destinado ao agradecimento da presença das Supervisoras, por terem aceitado o convite para ampliar o debate sobre a Educação Física e a Educação Infantil. Em 2013 o Grupo Independente completou 9 anos de existência, e desde 2008 conta com a colaboração do Professor Alexandre Vaz.
A ideia desse encontro foi de compartilhar os debates sobre o tema da avaliação, debate no qual o Grupo Independente junto com o professor Alexandre e outros colaboradores vêm acumulando todos esses anos, porém ainda não foi possível  organizar uma proposta de avaliação.
Há a necessidade de critérios que orientem o trabalho na Educação Física Infantil, com base da Educação Física e no Desenvolvimento Infantil, pois os professores com carga horária de 40 horas semanais encontram dificuldade em elaborar as avaliações individuais, já que, por terem muitos grupos, o total de alunos é entre 150 a 200. Em encontro anterior, o professor Alexandre destacou que essa impossibilidade é importante, pois são 150 a 200 crianças, para avaliar individualmente. E quando é feita individual, muitas vez a qualidade é ruim e o professor se pode se sentir impotente por não conseguir fazer sua tarefa de avaliar suas crianças. Dentre as alternativas, sugere-se as avaliações anuais ou ensaios com alguns grupos ou com algumas crianças, de se colocar o desafio de avaliar individualmente.
Alguns professores que não conseguem fazer a avaliação individual sentem a falta de uma avaliação mais detalhada sobre cada criança, e não apenas a de grupo, entretanto, por não disporem de critérios que poderia orientá-los para fazerem uma avaliação com qualidade, não se sentem seguros para tal.
Outra questão que foi discutida no encontro diz respeito à cobrança, onde o professor não deveria ser cobrado de um papel meramente burocrático, pois se entende que que cada profissional deve ter liberdade de escolha, de como apresentar sua avaliação, seja ela de forma escrita, por fotos, vídeos, músicas etc. A avaliação deveria seguir o estilo que o professor trabalha, e não ser submetido a algum documento burocrático.
A supervisora Leticia comenta que a organização da Avaliação não é só da Educação Física, mas das outras professoras também, porém percebe que o grande problema está na especificidade da Educação Física que muitas vezes não é compreendida.
Outro assunto apresentado, é a carência nos PPP da EF, pois poucas instituições a incluem no documento. Neste sentido, muitos professores se sentem desorientados, pois nem no PPP das instituições em que trabalham, possuem os parâmetros para orientarem suas avaliações.
Em encontro anterior a Professora Verônica apresentou a proposta de criação de um caderno de registro das aulas de Educação Física, no qual a professora regente também poderia colocar suas observações, impressões da aula,  tornando-se um  potencial material que posteriormente contribuísse na avaliação das crianças e promovesse a aproximação entre professores de EF e de sala.
A professora Adriana relatou a sua dificuldade em fazer avaliações individuais devido ao grande número de crianças, porém não se contenta com as avaliações em grupo e solicitou ajuda a sua supervisora Andréia,  que prontamente se disponibilizou a apoiar e auxiliá-la no sentido de tentar resolver essa necessidade. Em parceria tentaram criar algo que ajudasse a professora Adriana a escrever informações sobre as crianças durante as aulas e que depois pudesse ajudar a fazer a avaliação individual. Após diversas ideias conseguiram celebrar um tipo de tabela por turma, que funciona como chamada,e ao lado do nome de cada criança possui um espaço grande para a professora escrever suas observações.
A supervisora X (verificar nome) comenta que acha necessário esse diálogo e que sempre houve conflitos nesses dois lugares dentro da Educação. Sugere que para tentarmos conseguir amenizar esse conflito que partíssemos do que é comum, para após ver o que é conflitante.
A professora Andréia relatou que sua forma de trabalhar é com cadernos de vivências, que são os cadernos de sala dos alunos, e em parceria com as professoras de sala ; sempre que vai fazer uma atividade diferenciada, ou uma experiência nova, coloca mensagens, fotos e textos falando sobre o que foi trabalhado, além de montar murais nos corredores da escola, nos quais os pais podem acompanhar as aulas de EF de seus filhos. Entretanto, como houve troca de supervisora, foi solicitado que ela fizesse sua avaliação de forma escrita, como muitos supervisores solicitam dos professores, mas que não se sentiu confortável fazendo essa avaliação, pois há anos trabalha de forma diferente e prefere a forma anterior.
Um aspecto  importante sobre as avaliações diz respeito a quais informações devem conter, isso é um critério base, o que deve ser apresentado. Já a forma pela qual será apresentada não importa, seja vídeo, fotos, música e até mesmo escrita. É preciso deixar  claro o que precisa estar informado, ou seja, o que os pais precisam saber.
O professor Reinaldo amplia a discussão para as questões éticas, pois entende ser necessário diálogo nas instituições, pois muitas não possuem PPP para orientar tanto os professores de EF quanto os de sala. Às vezes nem mesmo na hora do café, que é um horário livre dos professores, é possível conversar com a professoras de sala.
Às 10:45h teve um intervalo, e retornamos às 11 :00h.
No segundo momento o professor Juliano sugere para as supervisoras comentarem a relação da EF e a supervisão, o olhar de relação desse documento que possa orientar os professores a fazerem sua avaliação.
A supervisora Leticia, que trabalha com a professora Elaine, iniciou a segunda parte do encontro comentando que a instituição onde elas trabalham é nova, que ainda não se tem os documentos que pudessem orientar a professora Elaine, mas que juntas, possuem uma parceria para tentar resolver, ou amenizar, as dificuldade que possuem em relação às avaliações. Atualmente a professora Elaine faz suas avaliações em grupo, mas se trata mais de registro e descrições do que foi desenvolvido.
A supervisora X (verificar nome), que trabalha com o professor Jairo, explica que as avaliações são coletivas, e que antes de serem apresentadas aos pais, a supervisão, os professores de sala e de EF se reúnem para ler e conversar sobre o que foi relatado, avaliado . A supervisora levantou a polêmica da especificidade da Educação Física : Por que dentro da Educação Infantil só a Educação Física é separada ? Todas as outras disciplinas têm sua importância na Educação Infantil, mas que no seu ponto de vista deveria ter outros profissionais para ajudar, ampliar o desenvolvimento das crianças.
A professora Verônica apresentou as respostas, as quais o Grupo Independente desde que se fundou, já vinha tentando responder. Na na década de 1980  o professor de EF entra na Educação Infantil, porém não para responder a uma necessidade pedagógica, mas, pelo contrário, para responder à necessidade de postos de trabalho. Outra importante influência para a inserção de um professor na Educação Infantil, como afirma a autora Débora Sayão, citada pela professora Varônica, foi a demanda de inserir uma figura masculina na educação das crianças.
            Encerramos as discussões aproximadamente às 12 horas. O próximo encontro (17 de setembro) será destinado ao debate e encaminhamentos sobre o do dia 10, e assistiremos ao vídeo de nosso DVD das cirandas, do início ao fim para ajustes finais.
Encaminhamentos :
Duas perguntas para refletir, feitas pela supervisora Andréia.
·                     Será que se pode oferecer competência a alguém que não tem ?
·                      Como se processa na prática a escuta daquilo que as crianças revelam?
Questões relacionadas ao conhecimento da criança, ao desenvolvimento, em observar o que elas têm a revelar e como documentar. E o medo de criar critério para avaliação e de ficar algo fixo, que não possa ser modificado. Fica o desafio para a próxima avaliação, em novembro. 

Complemento : 

 BRACHT, Valter. EDUCAÇÃO FÍSICA : QUAL A ESPECIFICIDADE ? Apresentado no XVI ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino – na UNICAMP  em 2012, disponível em http://www2.unimep.br/endipe/0033s.pdfv .


Karoliny, Luiza e Gabriel.