Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Relatório do dia 03/04/2012 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 03 de abril de 2012, às 08h e 14min, teve início o Encontro de Formação da Rede Municipal de Educação. Ele contou com a presença de vinte e seis (26) professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O Encontro foi coordenado pelo Professor Alexandre Fernandez Vaz e teve como tema “Educação Física na Educação Infantil: Temas em debate IV – Lugares da Educação Física na Educação Infantil (I), segundo suas próprias Diretrizes”.
Alexandre inicialmente explicou que os Encontros de Formação girarão em torno de um foco específico, que é o conjunto de elementos que o documento das Diretrizes nos traz, além de relatos de experiência, filmagens e outros elementos que nos permitam discutir a prática pedagógica dos 0 a 5 anos, dando mais ênfase por vezes ao 0 a 3, já que existe pouco acúmulo sobre essa faixa etária. Outros temas que também serão discutidos durante os encontros são os desenvolvimento e aprendizagem, gênero e geração.
Ao falar mais especificamente sobre o tema no encontro, Alexandre fez uma breve introdução sobre a construção das Diretrizes para Educação Física na Educação Infantil. Na tentativa de construir um documento de orientação para a Educação Física, partindo de práticas pedagógicas, um conjunto de professores da Rede, reunidos no Grupo Independente, em conjunto com outros profissionais, formulou as Diretrizes Pedagógicas Municipais da educação Física para educação Infantil.
O documento das Diretrizes para Educação Física ainda está em construção, dessa forma a ideia para o encontro foi apresentá-lo de forma geral para um breve debate, visto que ele tem grandes chances de ser adotado pela Rede como orientação. As orientações são importantes para que os professores tenham uma referência, principalmente aqueles que não têm nenhuma experiência de trabalho com os pequenos, tampouco uma formação que contemple as discussões e reflexões sobre o tema.
As primeiras partes do texto tratam do histórico da Educação Infantil, que com o tempo deixa de assumir o caráter assistencialista e passa à ordem de educação, deixando de cuidar para educar e cuidar, este é um transito bastante importante para a Educação Infantil. O primeiro impulso para isso é a nova forma de organização da sociedade, em que as mães vão trabalhar fora e precisam de algum lugar para deixar seus filhos. O educar vem complementar o cuidar na medida em que a Educação Infantil passa a ser parte da Educação Básica.
Desde os anos 1980 a Educação Física está presente na Educação Infantil no Município de Florianópolis. Em sua origem, as justificativas adotadas para tal presença eram essencialmente uma presença masculina dentro da instituição de Educação infantil, formada exclusivamente por mulheres; o apoio às práticas psicomotoras para melhora na alfabetização e práticas esportivas; além de ser uma forma de ampliar o mercado de trabalho para os profissionais formados.
Pode-se dizer que Florianópolis foi uma das cidades Brasileiras que mais cedo adotou a Educação física na Educação Infantil, isso levou a um debate avançado sobre o tema no município, além do reconhecimento da profissão nessa área, com concursos públicos e formações continuadas específicas.
Alexandre nos lembra que atualmente há um discussão muito importante referente à obrigatoriedade da educação institucional a partir dos 4 anos de idade, o que acaba por obrigar o Estado a oferecer um serviço que as crianças têm por direito, que é a creche. Um problema que isso pode trazer é uma possível escolarização “adiantada” das crianças.
Partindo deste histórico inicial o documento fala sobre um ordenamento legal para a Educação Física de 0 a 5/6. Uma das leis é referente ao tempo, agora a Educação Física Infantil não precisa de três aulas semanais de 45 minutos, mas sim de 2 horas e 15 minutos por semana, organizadas da forma que a instituição achar mais adequada. Esta lei foi criada a partir do debate e do reconhecimento de que as crianças não elaboram o tempo da mesma forma que os adultos. O tempo deveria ser repensado para atender da melhor maneira possível às crianças e os objetivos da Educação Física de 0 a 5/6, sempre considerando o contexto, as relações sociais e os espaços dentro da instituição.
Outro ponto visto como fundamental dentro do documento é a vinculação da Educação Física com o PPP da instituição. Isso não significa que o professor tenha que se subordinar a professora de sala, mas sim ao PPP, que deve sempre ser construído e decidido em conjunto, por toda a instituição.
Foram então apresentados alguns elementos como eixos norteadores a serem considerados dentro da prática pedagógica como:

- contexto social e cultural em que a unidade está inserida;
- a localização geográfica da unidade;
- faixa etária e numero de crianças;
- disponibilidade e organização dos tempos/espaços;
- participação das crianças na elaboração e organização das atividades;
- parceria com as professoras e auxiliares de sala, além dos demais trabalhos da unidade, tais como cozinheiras, auxiliares de serviços gerais, auxiliares de ensino, readaptados, supervisoras, diretoras.
- materiais e recursos disponíveis;
- concepção de currículo nas diretrizes curriculares nacionais para EI: experiências, saberes, conhecimentos;
- a experiência e a formação cultural da criança e adultos como marcos norteadores das propostas pedagógicas de EI, nas praticas cotidianas e dos projetos de formação de professores;
- princípios para elaboração de propostas pedagógicas de EI: princípios éticos, políticos e estéticos e seus desdobramentos;
- objetivo das propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil e a garantia às crianças do acesso de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
Alexandre também nos alerta da importância do planejamento para que o momento da Educação Física não se reduza ao mero casuísmo, com decisões no instante da aula sobre o que vai fazer. O improviso é muito importante em alguns momentos, mas só improvisamos bem quando temos um bom planejamento, algo pensado, e não ao contrário, visto que a criação depende de formação.
Planejar pensando no processo formativo de longo prazo é de extremo valor, visto que muitas crianças passam boa parte de sua vida em instituições de ensino, e esse tempo deve ser bem aproveitado.
Outra questão abordada nas Diretrizes e na formação foram os Núcleos de Ação Pedagógica (NAPs), assim divididos: Linguagem: gestual- corporal, oral, sonoro-musical, plástica e escrita; Natureza: manifestações, dimensões, elementos, fenômenos físicos e naturais; e Relações sociais e culturais: contexto espacial e temporal, identidade e origens culturais e sociais. Todos esses Núcleos devem compor o trabalho pedagógico do professor de Educação Física, sendo trabalhados das mais variadas formas.
Quando discutido sobre o conjunto de conhecimentos da Educação Física que está colocado no documento provisório das Diretrizes, Alexandre acredita que eles estão um pouco mesclados e repetidos, devendo ser mais bem elaborada essa parte textual. Outro questionamento feito é se os mesmos são conteúdos ou uma orientação de trabalho.
Outra questão abordada foi sobre o desenvolvimento de relações com a família da criança fazendo-a entender que a instituição é diferente da casa, propiciar uma relação de confiança para que se faça entender que na mesma existem profissionais habilitados que podem decidir seriamente sobre o destino dos pequenos, é essencial.
Na mesma seqüência de discussão foi levantado o assunto segurança. Uma professora falou que qualquer pessoa pode entrar na sua instituição, pois não tem um controle rígido de entrada nem de saída de pessoas e é um lugar público. Muitas crianças são encaminhadas por pessoas de diferentes graus de parentescos, um dia o pai que leva, outro o avô, irmão, não sendo possível conhecer todas as pessoas que adentram à instituição. Mas, o que é público é de todos, mas não significa que o acesso é para todos e a qualquer momento. É razoável que pais e mães estejam mais presentes e com mais frequência na comunidade escolar, mas é necessário por parte dos profissionais da instituição o controle e gerenciamento das pessoas que lá circulam para não se colocar em rico as crianças, mesmo por que quem está responsável pelos pequenos é o Estado e qualquer fato que aconteça com os mesmo recai sobre essa responsabilidade.
Citando algumas atividades listadas no documento provisório das Diretrizes, é lembrado que a Educação Física e a Instituição como um todo também são um lugar para a educação e experimentação dos sentidos. Pensar na variedade de alimentos, oportunizando sabores, temperos, temperaturas diferentes, faz as crianças descobrirem e educarem seu paladar. O mesmo deve ser feito para com os outros sentidos, visão, audição, olfato.
Uma dúvida que foi levantada foi a quantidade de “conteúdos” listados nas Diretrizes ressaltando que alguns profissionais de Educação Física não dominavam todos, por exemplo, teatro. O importante de ter um apanhado grande de experiências listadas é que orientam, fazem pensar e refletir como aquele determinado conteúdo pode estar contido nas aulas, gerando uma grande oportunidade de criação.

terça-feira, 10 de abril de 2012

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 17.04.2012

GRUPO INDEPENDENTE
Data: 17.04.2012

Horário: 09:00 - 12:00

Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

PAUTA: 17 de abril – Estudo das Diretrizes educacionais pedagógicas para educação infantil, buscando fazer uma relação entre os Núcleos de Ação Pedagógica e a Educação Física: Linguagem: gestual- corporal, oral, sonoromusical, plástica e escrita – Participação da Doutoranda Ana Cristina Richter (UFPR)