Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

Sejam bem-vindos !

domingo, 22 de maio de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 31.05.2011

Data: 31.05.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro


Pauta: Relato de experiência prof.º André

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Relatório do dia 10/05/2011 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 10 de maio de 2011, às 09h e 25min teve início a reunião do Grupo Independente (GI). Neste encontro houve o relato da professora Inelve, apresentando sua experiência e atuação no projeto Boi-de-Mamão, o qual ela desenvolve nos momentos de Educação Física em uma creche de Florianópolis. O encontro teve a presença de 10 pessoas, sendo duas delas bolsistas do Núcleo de Estudo e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq), houve atrasos por parte dos professores.

A professora Inelve começou sua apresentação contando como surgiu sua paixão pelo Boi (assim chamado na conversa) na instituição. Foi por meio de sua colega Adriana, quando esta convidou os pais dos alunos e profissionais da creche para um mutirão com o objetivo de construir um Boi. A partir desse momento (2001), Inelve começou a se envolver e se entusiasmar por essa manifestação cultural popular – Boi-de-Mamão.

Foi observando que as crianças menores exerciam um papel de coadjuvante nessa dança devido ao tamanho dos personagens, impossibilitando que os pequenos brincassem de forma mais pleta, que Inelve teve a idéia de confeccionar os objetos em tamanho reduzido, mais apropriado para os pequenos. Nas férias de verão construiu os moldes e os brinquedos na medida certa, todos feitos à mão, utilizando a técnica de papietagem, pedaços de tecidos ganho dos pais de alunos e de uma costureira, ajuda de familiares na manufatura das roupas. Os personagens ficaram muito bem fabricados, de fácil manuseio, fortes e leves. Todo esse trabalho exige conservação e manutenção para que possam servir por muitos anos e para muitas crianças, algo que professora Inelve faz.

Com essa ação e criação, desde o Grupo 1 (crianças de 4 meses a 1 ano e 8 meses) ao Grupo 5 (crianças de 4,5 e 6 anos) dançam o Boi-de-Mamão, a cada quinze dias sistematicamente para toda a creche, com alternância de grupos e períodos, matutino e vespertino.

A metodologia utilizada pela professora Inelve visa uma continuidade do trabalho com o Boi durante o crescimento das crianças, o que resulta, na maioria dos casos, em uma maior familiarização com a prática, sendo apresentada as crianças essa cultura significativa do Boi-de-Mamão desde muito pequenas. O Boi é apresentado cautelosamente, os Grupos 1 e 2 inicialmente apenas assistem as crianças maiores dançando no salão da creche, em seguida são levados para a sala de aula, onde são disponibilizados os personagens da brincadeira confeccionados especialmente para a idade e tamanho das crianças, ouvem as músicas, colocam as roupas, experimentam. Assistem novamente os maiores dançando e vão se apropriando dessa manifestação cultural. Esse envolvimento com o Boi-de-Mamão existe durante os cinco anos que a criança permanece na creche.

Através dos vídeos que a professora Inelve trouxe, foi possível ver que para o G1 e G2 os brinquedos/personagens são dispostos no chão, as crianças escolhem e organizam quem querem ser, tendo a possibilidade de trocar de personagem em alguns momentos. A partir do G3 é previamente anotado, antes de começar a aula, em uma folha os respectivos atores/alunos e a cada dança são revezados os papéis, pois geralmente há uma grande preferência dos alunos para determinado brinquedo.

Existe um planejamento quanto ao horário de se dançar o Boi, delimitado pela professora Inelve antes de cada semana, porém, aquele é flexível. Sua duração depende de como a atividade está decorrendo e da participação das crianças. O CD das músicas do Boi-de-Mamão é posto e as crianças dançam livremente, não tendo um conjunto de movimentos pré-estabelecidos, o foco não está no sucesso de uma coreografia bem executada e sim na participação, que os pequenos possam brincar, ressignificar, cantar, dançar, aprender, ampliar suas experiências.

Para que isso ocorra é preciso uma grande organização e envolvimento da unidade escolar. Exige muito tempo para a organização do espaço e personagens para que a dança aconteça, intervenção das professoras nas turmas que irão assistir, participação das crianças e professoras na confecção dos avisos e na divulgação do folguedo (brincadeira que apresenta uma dramatização) do Boi-de-Mamão e em tantos outros momentos.

A dança acontece em momentos e espaços distintos. Nas aulas de Educação Física de cada turma, na forma de apresentação para toda a creche – determinado grupo apresenta, sempre havendo alternância a cada apresentação, e para pessoas de fora da instituição. Quando ocorre esta última, esporadicamente pode-se contar com a participação de pais, avós e outros familiares nos dias da dança. Nos últimos anos, houve ocasiões que apenas os familiares dançaram, possibilitando que as crianças assistissem seus próprios pais numa mesma atividade que realizam, e também momentos em que dançam juntos, pais e filhos, contagiando os pequenos.

As atividades são realizadas em espaços variados, são utilizados as salas, o hall de entrada, a quadra, o parque, sendo dançado também para outras instituições; em outros momentos é dançado fora da creche, tanto em espaços públicos como privados.

Uma das questões que foi discutida durante e depois da apresentação da professora Inelve foi a importância das crianças menores assistirem a apresentação sistemática das maiores, criando uma organização mental, um entendimento de que existe uma história, que cada personagens tem uma função.

O medo está presente quando falamos de Boi-de-Mamão – pela sua história e mistérios, na qual o Boi se relaciona com o vaqueiro e o Mateus, dando-lhes chifradas, assustando as pessoas; a Bernunça engole crianças de todos os tamanhos, dependendo da região; existe o Macaco que pega as crianças e leva embora. Visando também a redução do medo, as crianças que irão se apresentar se trocam na frente do público, mostrando que existe uma transformação e que o Boi, o Mateus, a Bernunça “são os meus coleguinhas”. A professora apresenta as crianças e seus personagens, levando a uma maior valorização deles, trabalhando a timidez, a inibição, gerando um aumento da confiança.

Outro ponto levantado foi como a criança incorpora, ressiginifica os personagens, e depois de algum tempo se apropria desse elemento da cultura regional. Como exposto pela professora Adriana ao Grupo, de acordo com o estudioso Nereu do Vale Pereira, cada personagem do Boi-de-mamão teria um perfil psicológico distinto a ser interpretado pelas crianças.

Na creche não se realizam ensaios antes das apresentações para que as crianças fiquem à vontade para brincar, movimentar-se de maneira autônoma, já existe uma familiarização das crianças com essa cultura. Foi ressaltado no encontro de terça a importância da participação das crianças, não havendo uma preocupação com o sucesso técnico, com a excelência, e sim com a experimentação.

A “ressuscitação” do Boi-de-Mamão foi apontada como de suma importância para que haja o resgate dessa cultura que está quase extinta. A retomada da dança está ocorrendo em algumas instituições de uma forma modificada em relação a sua origem. Foi comentado, então, que a cultura se modifica e como essa transformação pode ser positiva.

O Boi-de-Mamão dançado atualmente traz uma redução da agressividade, se comparado com outrora, a participação feminina é um êxito nessa cultura da qual só os homens podiam participar. Em nossas creches, NEIs e escolas podemos levar essa transformação em benefício da educação, abordando temas transversais, como comentou uma professora. Na escola onde ela atua, o Boi morre porque comeu lixo, mostrando a importância da preservação do meio ambiente, problematizando quem jogou o lixo que o boi comeu, assim cumprindo uma função de ensinar brincando.

O encontro foi encerrado com a idéia de reunir os Bois-de-Mamão das escolas municipais todos em uma determinada instituição para dançarem juntos.

Segue a baixo algumas sugestões de leitura sobre o tema discutido no encontro.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Relatório do dia 03/05/2011 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

Relatório do dia 03/05/2011 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis
      No dia 03 de maio de 2011, às 08h e 15min deu-se o início do encontro do Grupo de Formação da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, destinado a professores de Educação Física da Educação Infantil. O encontro foi coordenado pelo Professor Alexandre Vaz e contou com a participação de dezoito professores da rede, bem como de três bolsistas do Núcleo de Estudo e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq). Houve alguns atrasos por parte dos professores participantes.
      Inicialmente foi feita uma breve apresentação dos presentes, com o nome e a instituição na qual eles trabalham. Como os encontros de Formação da Rede ocorrem apenas uma vez por mês, fez-se necessária uma recapitulação dos temas abordados no encontro anterior, tal como a apresentação do cronograma dos encontros durante o presente ano.
      Relembrando os pontos mais discutidos do encontro anterior ocorre uma pergunta importante: há ensino do 0 a 5 anos? Sabe-se que há educação, porém será ela acompanhada pelo ensino? Como lidar com o fato de o ensino acontecer ou não? Outros temas bastante discutidos foram os referentes à temática de planejamento e registro, além da inclusão. Devemos atentar não só para como lidar com essas crianças quando elas estiverem em nossas instituições, mas também nos preocuparmos com o fato de elas não estarem lá, uma relativa ausência de crianças com deficiência nas creches e NEIs pode demonstrar que a inclusão não está ocorrendo.
      Foi trabalhada também a relação entre o corpo e a infância e a distinção de organismo e corpo, sendo que o primeiro refere-se a algo biológico, enquanto o segundo a algo simbólico, desta forma, não se deve reduzir o corpo ao simples organismo. O corpo expressa classes, desejos, sentimentos e a sua educação no interior das instituições de Educação Infantil (EI) não se dá apenas nas aulas de Educação Física (EF), mas também nas horas da alimentação, higiene, sono e parque. Após dar-se conta disso é preciso perguntar o que a EF tem a ver ou não com esses outros momentos de educação do corpo e aproveitar todos eles para uma aproximação pedagógica.
      Um problema bastante enfrentado pela EF na EI é a generalização dos sujeitos e individualização dos conteúdos por parte do professor, quando deveria ocorrer exatamente o contrário. Posto desta forma acaba-se culpabilizando as crianças (sujeitos) pelo não aprendizado, já que todos são iguais, se um não aprende é por incapacidade sua. Discutiu-se também duas concepções, o Modelo Escolarizante representado pela Psicomotricidade e o Modelo Não-Escolarizante da Pedagogia da Infância/Educação Infantil, para que todos pudessem observar os distintos posicionamentos encontrados no que diz respeito à EF.
      Foi feito um debate acerca do fato de que a partir de um dado tempo a EF torna-se coadjuvante no processo de ensino, quando essa aula é instalada como algo secundário, que não precisa ocorrer, e o professor é visto como quem faz o mesmo papel do professor de sala, surgindo então, a necessidade de demonstrar e se trabalhar com as especificidades da EF. Os professores devem formar um planejamento comum; assim de acordo com sua especificidade o professor de EF pode contribuir para o trabalho do professor de sala e vice-versa. A discussão se encerra com a constatação de que a dinâmica pedagógica está submetida à dinâmica administrativa, quando deveria ocorrer o contrário.
      Após breve intervalo, o professor Alexandre começou a abordar, de fato, a temática prevista para o encontro em questão: a EF nos núcleos articuladores das Diretrizes Educacionais. A ideia era refletir sobre possíveis relações entre o documento orientador elaborado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis no ano de 2010, nomeado Diretrizes Educacionais-pedagógicas para a EI, que trata da EI de maneira geral, com a EF nessa etapa da educação.
      Para tal, o professor Alexandre inicia expondo que o documento está disponível em todas as unidades educativas que atendem à pequena infância, de modo que todos têm acesso a ele; ao que uma das professoras da Rede complementa que existe, na verdade, um exemplar para cada sala das instituições. O Professor coloca que como qualquer documento orientador, ele simplifica algumas questões e, é importante ressaltar, não tem caráter estritamente acadêmico, mas de orientação. Acrescenta ainda que o Documento constitui-se apenas um primeiro volume, ao qual seguirão outros, de modo que se a EF não esteve presente de forma específica nesse primeiro momento, isso sugere a necessidade de sua presença em momentos posteriores.
      Para o professor Alexandre, é possível encontrarmos no Documento, dentre outros pontos, pressupostos e propostas vinculados à uma idéia de infância; que a função social da EI é mais do que cuidar das crianças, embora esse trato seja fundamental; o destaque ao caráter da docência, combatendo a noção de que as crianças “podem tudo por si mesmas”. Esse último ponto, inclusive, de acordo com outra das professoras da Rede, foi um dos que mais ganhou ênfase nesse novo documento, quando o comparamos com documentos orientadores anteriores.
      Nesse momento, o Professor coloca que não podemos esquecer que mesmo com a perspectiva de horizontalidade do conhecimento, não há como negarmos uma verticalidade na relação professor-criança ou aluno. Essa diferença não só existe, como não é ruim, ele pondera. Se ela não existir, o professor não tem sentido dentro da instituição, de modo que com a falta de vagas nas creches, faria mais sentido tirar o professor e colocar mais uma criança em seu lugar!
      A função da educação também foi relembrada: permitir a ampliação do repertório cultural. A esse ponto, questionou-se até que ponto estamos buscando ampliar o repertório das crianças na creche, ou apenas procurando ocupar o tempo em que elas estão nas unidades educativas. É preciso refletir se estamos corroborando com ganhos nos repertórios de nossas crianças, quando colocamos músicas da “Xuxa” para as crianças da creche escutarem, ou seja, algo com o qual elas já estão mais do que habituadas (provavelmente) a escutar em casa; ou se isso seria apenas a “instituição sendo reiterativa à indústria de entretenimento?”
      Acerca dos fundamentos norteadores das diretrizes nacionais, o professor Alexandre destaca o item no qual é colocado: princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, do exercício da criatividade e respeito à ordem democrática. Ele afirma que tais princípios são válidos quando colocados como metas de um processo, mas que é demais esperar que as crianças o possuam. Nesse sentido, indagou sobre outros momentos no qual devemos cuidar para não exigirmos muito das crianças; como por exemplo, quando dizemos que elas são capazes de autonomamente produzir cultura. Acrescentou, inclusive, que quando colocamos expectativas demasiadas sobre as crianças, estamos contribuindo, mesmo que digamos o contrário, com o adultocentrismo. Nesse sentido, o Professor aponta que talvez tenhamos abandonado um pouco as teorias do desenvolvimento, de modo que esquecemos que a criança tem também seus limites ligados à maturação.
      Conceitos como autonomia e independência foram explorados, a partir da dúvida de uma das professoras, bem como abordou-se o conceito de política, que culminou na fala do Professor de que necessitamos lembrar da separação entre vida pública e vida privada nas instituições de atendimento à pequena infância. Comentou-se, todavia, que tal fato muitas vezes não ocorre, sobretudo no que concerne à religião. Por fim, sem ferir o direito à religião das crianças e de suas respectivas famílias, o professor Alexandre denotou o caráter delicado das crenças para além da esfera privada, logo, o cuidado que devemos ter com elas: “se não, tantas forem as crenças, tantas serão as limitações.”

terça-feira, 3 de maio de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 10.05.2011

Data: 10.05.2011

Horário: 09:00 - 12:00

Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

Pauta: Relato de experiência prof.ª Inelve

Obs: O Relato de Experiência da Professora Inelve foi enviado por e-mail. Aqueles que por algum motivo não o receberam, por gentileza, nos mandem um e-mail avisando (grupoindependente.edinfantil@gmail.com).

domingo, 1 de maio de 2011

Relatório do dia 26/04/2011 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

      No dia 26 de abril de 2011, às 09h15min, teve início a reunião do Grupo Independente (GI). Para esse dia foi decidida a discussão das Diretrizes Pedagógicas da Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, documento este que foi previamente encaminhado por e-mail para todos os integrantes do grupo. A apresentação do documento foi realizada pelo André, que inicialmente pediu para que fosse prestada atenção aos temas abordados e não a possíveis erros gramaticais ocorridos. Informou também que é a primeira vez que este documento vem a público, ou seja, é lido por pessoas que não participaram de sua construção.

      Antes de entrar realmente nos assuntos tratados no documento, foi feita uma breve recapitulação sobre sua origem. Foi apontado que o escrito é desejo do grupo desde a sua formação e que o documento tem como inspiração as Diretrizes elaboradas pelo Grupo de Trabalho Ampliado (1996) para o Ensino Fundamental, documento este que não possuía orientações específicas para a prática do professor de Educação Física. Anteriormente a construção do atual documento, já havia quatro artigos que auxiliavam e orientavam a Educação Física Infantil na rede municipal de ensino, foram citados os autores Deborah Thomé Sayão e Dagmar Mena Barreto.

      O Grupo Independente foi chamado pela Secretaria para compor as Diretrizes, porém não deveria fazê-lo sozinho, pelo fato de o grupo não representar, por completo, os professores da rede. No ano de 2009 o GI chamou professores da rede para uma assembléia que teria como pauta o debate para a proposta da construção das Diretrizes, porém para que esta construção fosse efetuada surgiu a necessidade de um espaço oferecido pela Prefeitura para a formação continuada dos professores envolvidos no projeto. Esta experiência de formação encontra-se hoje em seu 3º ano de andamento. Para fazer valer o compromisso firmado com a Secretaria, no primeiro encontro do GI em 2010 foram decididos os temas (conteúdo, avaliação e tempo/espaço) e no decorrer dos encontros a forma com que os eles seriam trabalhados nas Diretrizes. Todos os integrantes do grupo escreveram suas experiências acerca destes temas, posteriormente estes textos foram reunidos por Michele e lapidados por vários integrantes. Além dos encontros habituais do grupo, foram realizados outros para melhor organizar o documento, ocorrendo estes apenas entre os integrantes do GI que o estavam construindo mais diretamente. Dentre os aspectos trabalhados no documento, os escolhidos para apresentação dessa reunião foram: Organização do tempo/espaço pedagógico e sua vinculação com o PPP e planejamento e avaliação, temas estes que segundo André necessitam de maior atenção.

      O primeiro tópico discutido foi o referente a organização do tempo e espaço. Neste item foi apresentada a Portaria 036.2007, construída, em grande medida, pelo grupo, sendo a maior conquista em termos da organização do tempo, surgindo para substituir a anterior criada pela secretaria, em que o professor poderia ter aulas de até 27min, já que seu tempo de aula iria depender da quantidade de turmas que possuísse. Esta nova Portaria mantém as aulas de 45min com vinculação ao PPP, sendo assim possível que o professor tenha autoridade para a melhor utilização e manutenção do tempo de aula de acordo com a turma e atividade planejada, procurando chagar a um acordo com a diretora e a professora de sala.

      Houve uma breve discussão a respeito da hora atividade dos professores de Educação Física. Uma das professoras presentes na reunião disse que a diretora de sua instituição queria que ele ficasse em atividades dentro da escola nos dias de encontro do GI. Posto isto, Lisandra comentou que a diretora da instituição tem o direito de liberar ou não o professor para formação, caso tenha algum evento, passeio ou algo do tipo marcado para o dia. Foi então comentado que não deve existir autoridade de um diretor que interfira no direito de formação do trabalhador. Observou-se então o problema encontrado com as múltiplas interpretações de uma mesma lei. É de direito do professor de Educação Física 10% de seu tempo para hora atividade (estudo, planejamento etc.), porém, há um desconhecimento da forma de contratação dos professores de Educação Física por parte das instituições. Devido a este debate foi dito que “nas Diretrizes deveria haver alguma coisa relacionada diretamente a hora atividade”.

      Uma das professoras comentou que falta falar no documento sobre as especificidades das crianças, do tempo necessário para as mesmas realizarem as atividades. No entanto, o André respondeu que este documento tem um caráter mais geral, que o tempo do qual ele se refere tem a ver com o espaço para a realização da aula/atividade proposta, que a discussão acerca da infância deve estar contida nas Diretrizes da rede, que trata da Educação Infantil como um todo.

      Foram também apresentados no documento alguns eixos norteadores para a organização do trabalho pedagógico da Educação Física nas creches e NEIs, nos quais uma das professoras sentiu falta de uma aproximação maior com a família da criança, já que o envolvimento e a comunicação com ela ajudam em um melhor desenvolvimento dos trabalhos propostos.

      Na segunda parte da apresentação foi falado sobre o planejamento, registro e avaliação. Para melhor compreensão do assunto recorreu-se a uma citação de Sayão (2000, p. 37), segundo a qual, disseram alguns professores, questiona-se o fato de a criança dever realizar, de forma unilateral, o que o professor planeja. O que marcaria a virada da Educação Física mecânica, para uma Educação Física de experimentação. Discutiu-se também a importância do registro das aulas, independente de sua forma, já que sem ele não é possível, de fato, avaliar, e o quão interessante é mostrar estes registros para os pais, principalmente quando se trata de imagens, no qual o pai irá ver como seu filho reagiu a determinada atividade.

      No fim da apresentação foram mostradas algumas orientações, presentes no documento, que tratam dos conteúdos da área de conhecimento Educação Física. Tais orientações retratam um pouco do que está ocorrendo na rede, no entanto, segundo alguns professores, poderiam ser apresentadas de maneira mais sucinta e menos repetitiva.

      O texto das Diretrizes ainda está em debate, porém muito próximo de sua finalização e um dos motivos de trazê-lo para o grupo foi receber opiniões e idéias sobre ele para, posteriormente, encaminhá-lo para correção e publicação. Esse documento se propõe a dar fundamentação para os novos professores da rede, tal como mostrar caminhos para os professores já efetivados. O documento pode auxiliar também na formação de graduandos em Educação Física.

      Ao final do encontro foi dada a idéia de convidar algum membro do sindicato para esclarecer dúvidas referentes à hora atividade, entre outros temas, foi então mencionado o nome do Alex, que tem domínio sobre o assunto. Uma das professoras ficou encarregada de contatá-lo para a participação no próximo encontro. Desta forma ocorrerão alterações no cronograma.



Referências:



SAYÃO, D. T. Educação Física na. Pré-Escola: da especialização disciplinar à possibilidade de trabalho pedagógico integrado. 169f. Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.

GRUPO DE ESTUDOS AMPLIADOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. A Educação Física na Educação Infantil. In: ANTÔNIO, C. (Org.). Diretrizes curriculares para a Educação Física no Ensino Fundamental e na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis-SC: registro da parceria NEPEF/UFSC-SME/Florianópolis, 1993 a 1996. Florianópolis, [s.n.], 1996. P 41-65.