Iniciamos nosso encontro às 9h30min, com a apresentação da nova integrante do Grupo Independente, a professora Cristina, que ingressou na Rede neste ano. Após a apresentação, o professor Juliano deu início ao seu relato de experiência, falando sobre sua prática pedagógica. Ele começou a trabalhar com a educação infantil no início deste ano, na Creche Rosa Maria Pires e no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NEI) Costeira. A creche fica situada no Morro do Céu e atende 50 crianças dos Grupos G2, G3 e G4/5. Possui três salas pequenas e um corredor que é onde acontecem as aulas de Educação Física, já que a instituição não possui área externa. Nele ficam também os materiais e brinquedos, reduzindo ainda mais o espaço destinado às aulas. O professor até gostaria de levar as crianças para fora dos muros da creche, tendo como espaço mais próximo a Beira Mar Norte, porém isso se torna difícil, pois teria que descer o morro com as crianças, precisando de um transporte para levá-las.
Já o NEI Costeira atende 130 crianças, 65 crianças por período, dos grupos: G2, G3, G4, G4/5 e G5/6. Possui uma boa estrutura, com cinco salas amplas e muitos materiais, além de ter uma área externa, onde acontecem algumas aulas de Educação Física. Em ambas as instituições, ele tem como objetivo ampliar o mundo de movimentos das crianças, proporcionando novas vivências. Os conteúdos trabalhados são os jogos e brincadeiras da cultura popular, atletismo, ginástica, atividades rítmicas e capoeira. Esses conteúdos são pensados de acordo com a faixa etária das crianças. Suas aulas acontecem três vezes na semana, com duração de 45min, tendo, em parte, a participação das professora e auxiliares de sala.
As aulas partem de uma conversa inicial com as crianças, quando se explica e demonstra as atividades propostas. A avaliação é feita a partir de observações do grupo e individualmente, considerando registros semanais, participação durante as aulas e também conversas com as professoras de sala e auxiliares. Sobre os momentos coletivos, participa da alimentação e dos passeios organizados pelas instituições. Na creche existe um momento de integração entre todos os grupos que acontece no último dia do mês. Já no NEI, acontece todo final do mês o aniversário coletivo. s é uma proposta que existe desde o início deste ano. No final de cada mês é escolhida uma (cultura, africana, asiática, entre outras), e procura-se fazer com que toda a instituição e os pais se envolvam com tal momento.
No início, quando começou a trabalhar com a educação infantil, encontrou mais dificuldade em ministrar aulas para os grupos menores, em entender a linguagem das crianças. A grande rotatividade de crianças é algo que dificulta o seu trabalho, pois permanecem em processo de adaptação. Segundo Juliano, é difícil ser ouvido pelas crianças. Muitas vezes propõe uma atividade e as crianças parecem não escuta-lo ou compreende-lo.
Sobre as reuniões pedagógicas, Juliano sempre participa. Já conversou com a diretora sobre a participação/falta de participação de algumas professoras durante suas aulas. Uma instituição é uma equipe, todos devem clamar pelas crianças.
Fizemos um intervalo e após ele Inelve sugeriu que deixássemos o texto do Vigotsky para ser discutido um outro dia, quando o professor Alexandre estivesse presente para nos ajudar. Como Inelve estava com a apresentação da avaliação que faz no final de cada semestre para mostrar para os pais, sugeriu que apresentasse para o grupo o trabalho que desenvolveu nesse ano, de março a julho, com o G1 (berçário). Ela atua na Creche Nossa Senhora Aparecida, no bairro Pantanal. Está nesta instituição desde 1992 e trabalha com três projetos: Organização dos Espaços, Saídas e Passeios e o Boi-de-Mamão.
Na avaliação, Inelve mostra para os pais os caminhos e atividades que foram desenvolvidas com as crianças. A avaliação é coletiva e acontece a partir de registros fotográficos. As fotos tentam mostrar aos pais que as atividades, os espaços, são todos pensados e organizados de acordo com a faixa etária das crianças. A partir do tipo de avaliação surgiu no grupo a discussão sobre a avaliação que é feita pelos professores de Educação Física. Essa é uma discussão ao qual o grupo necessita se dedicar mais, pois, de acordo com alguns professores, parece que a prefeitura quer que os professores de Educação Física façam avaliações individuais das crianças. Alguns professores do Grupo realizam a avaliação individual, outros, porém, preferem a avaliação coletiva. Na verdade, temos dúvidas de como podemos avaliar as crianças individualmente. Temos que ser cautelosos de modo que a avaliação não se resuma apenas à participação das crianças.
Encerremos o encontro, frisando para os professores que nosso próximo encontro será no dia 19 de outubro, quando teremos o relato de experiência da professora Andréia e em seguida a discussão do texto: Características psicológicas do desenvolvimento no primeiro ano de vida e na primeira infância (Valeria Mukhina) que está disponível no xerox Convivência, na rua geral do Pantanal, próximo ao CDS.
