Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

Sejam bem-vindos !

terça-feira, 18 de maio de 2010

Relatório do dia 18/05/2010 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

Neste dia estava chovendo muito por isso começamos o encontro por volta das 9h30min. Contamos com a presença de 11 integrantes. Nosso primeiro assunto foi a possível greve dos servidores Municipais. Para os professores, a greve acaba desmotivando o grupo de servidores que trabalha na instituição, e um dos motivos é que alguns não aderem à ela, muitas vezes com medo de que irá sair no histórico deles que são “grevistas”.
As 9h40min realizamos a leitura do relato do encontro anterior. Frisamos ao grupo que quase nenhum participante está acessando o blog, combinamos então que a Claudiamara e a Juliana ficariam responsáveis em colocar os “marcadores de acesso” nele. Depois do último encontro, a professora Inelve entrou em contado com alguns participantes para que retornassem às reuniões grupo. O grupo decidiu que como há poucas pessoas participando das reuniões, no próximo semestre irá encaminhar uma nova correspondência interna (CI) para as instituições, convidando os professores a participar. A Claudiamara ficou responsável por pegar os endereços eletrônicos dos frequentadores do Grupo de Formação da Secretaria Municipal de Educação (SME), e convidá-los, via email, a também participarem dos nossos encontros.
Por sugestão do Grupo, decidimos discutir um pouco mais sobre a questão do último encontro: gênero, sexualidade. O professor André relatou que na instituição em que trabalha já encontrou uma questão desse tipo: um menino que gosta de usar e brincar com coisas ditas de menina; sua voz já possui uma entonação diferente; usa grampos de cabelo. André comentou que levou essa questão para a reunião pedagógica, as professoras assumiram que por meio de algumas atitudes tentaram “masculinizar” o menino, dizendo que ele é menino e que não pode fazer determinadas coisas que “cabem” ás meninas, e elas prometeram prestar mais atenção nesses comentários e atos. As próprias crianças que convivem com esse menino reconhecem que ele é “diferente”, mas não o tratam com diferença. Nós professores temos que saber lidar com essa questão. Temos que observar o fato sem julgá-lo. Surgem então algumas dúvidas, como, por exemplo: Como agir com essa criança? Por que a gente estranha? De que forma podemos ajudá-la para que ela não venha a ser discriminada?
Muito do preconceito existente nas instituições parte dos professores. O reconhecimento do que é homem ou mulher já está impregnado na nossa sociedade. Lembramos que a infância é um lugar de experimentações, onde nós como professores, devemos proporcionar as crianças diversas experiências. A escola prepara as crianças para viver em sociedade.
Outro assunto discutido no grupo foi o tema do parque. A professora Lisandra relatou que na instituição em que trabalha o parque está sem uma proposta de trabalho, por isso em uma reunião pedagógica ela e o professor Alex sugeriram que a instituição criasse uma escala para as crianças irem para o parque, pois do jeito que está (crianças vão ao parque à hora que querem) alguns grupos menores ficam sem desfrutar desse espaço. Para algumas professoras dessa instituição, o parque é visto como um momento de “relaxar” (das crianças e delas próprias).
Encerramos a reunião com o objetivo de trabalharmos no próximo encontro, em um primeiro momento, com o texto do Vygotsky, e, em um segundo momento, focarmos nas diretrizes, porém foi relatado que será necessária a ajuda do professor Alexandre e da Ana Cristina, pois ainda não tem nada definido. Professora Inelve sugeriu a leitura e discussão de outro texto que trata das diretrizes da Educação Infantil em Florianópolis, também para próximo encontro. Essa sugestão foi aceita por todos os presentes, e ficou sob responsabilidade das bolsistas postarem o texto no blog, e enviar por email para todos participantes.

terça-feira, 4 de maio de 2010

SOBRE A GREVE

Solicitamos que os participantes do Grupo de Formação decidam, caso ocorra a greve, se daremos ou não continuidade aos encontros.

Relatório do dia 04/05/2010 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

Começamos o encontro às 9h13min com uma breve discussão sobre a possível greve dos professores da rede municipal de Florianópolis. A professora Inelve colocou em questão se em situação de greve, os encontros do grupo continuariam ou não. Alguns professores se mostraram contra a paralisação dos encontros, pois isso acarretaria a interrupção do cronograma pré-estabelecido pelo grupo, e o cumprimento das horas para receber o certificado. Em contraponto outras professoras colocaram a questão da luta na greve, se elas estiverem em reunião no grupo, as atividades de reivindicação podem enfraquecer se caso houver algum evento no dia e horário dos encontros. Estando neste impasse, o professor Alexandre sugeriu que o assunto fosse discutido no intervalo esta questão.
Antes de começar o debate do texto sobre Gênero e Infância, o professor Alexandre sugeriu alguns eventos importantes sobre este tema. Um deles é um evento que ocorrerá em Florianópolis no mês de agosto que se chama Fazendo Gênero, onde há apresentação de trabalhos temáticos, artigos sobre gênero e infância. Outra indicação foi sobre o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS), um grupo de pessoas que, entre outras atividades, fazem um trabalho voluntário nas escolas sobre bulling e preconceitos. O professor apresentou-nos um fôlder do NIGS-UFSC sobre o lançamento do II Concurso de Cartazes e Redações sobre Lesbofobia, Transfobia e Homofobia nas escolas.
Sobre o texto, professor Alexandre iniciou falando sobre a história do esporte que era vinculada aos papéis sexuais; as mulheres levaram anos para conquistar lugar nas Olimpíadas. A criação dos esportes os dividia em masculinos ou femininos. Os esportes “mistos” eram aqueles sem contato. Lembramos que até bem pouco tempo os cursos de Educação Física da UFSC e da UDESC eram específicos para o sexo masculino ou feminino; o professor masculino era formado para dar aulas para meninos, e a professora feminina para dar aulas para meninas. Durante a conversa os professores relataram alguns momentos que vivem na prática casos envolvendo as diferenças dos sexos na educação infantil. Uma professora relatou que em uma das festas de natal feita na creche onde trabalha, quando os presentes eram bonecas para meninas e carrinhos para meninos, numa ocasião uma menina foi até o Papai Noel e pediu para trocar a boneca por um carrinho. A preocupação das professoras no momento não era sobre vontade da menina querer um carrinho, mas o que os pais iriam dizer quando ela chegar a casa com o carrinho. Situação parecida foi relatada por outra professora: durante um dia de oficinas na creche, a de “salão de beleza” foi muito freqüentada, inclusive pelos meninos, um deles queria pintar as unhas com esmalte “rosa chiclete”, a professora advertiu-lhe sobre a possível reação do pai quando viesse buscá-lo, ele disse que “dava um jeito” de esconder as unhas. A professora optou por não pintá-las.
A relação da escola (e das instituições que atendem a infância) com a família é de extrema importância, inclusive para explicitar aos pais os propósitos de certas atividades desenvolvidas pela escola. As escolas ou creches não devem se tornar refém da família; o preconceito as crianças aprendem, muitas vezes, em casa. A professora Inelve relatou sua experiência com a atividade do Boi de Mamão, onde ela percebe que cada vez mais as meninas querem passar pela experiência de ser o Boi e os meninos de se fantasiarem de Maricota. O professor Alexandre lembrou eventos como o carnaval e jogos de futebol, onde as pessoas se fantasiam sem medo de comentários maldosos, ou preconceito. Precisamos pensar e estudar mais a respeito desses temas, pois a infância é um lugar de experimentações e é com o passar dos anos que a sexualidade é definida.
Tivemos também um relato de um menino que “incomoda” muito durante a aula. Esse mesmo menino quando não consegue atrapalhar a aula, bate no professor, se morde e quando entra no banheiro tenta quebrar tudo. Neste caso, a instituição deve tentar conhecer a história dessa criança para então quem sabe compreender o porquê que ela age assim. Em particular, quando a instituição não sabe mais o que fazer é preciso que buscar ajuda, até mesmo com o Conselho Tutelar ou Serviço Social.
Na segunda parte do encontro falamos sobre o processo de naturalização das coisas. Como exemplo, foi comentado que a genética é importante para detectar a probabilidade de uma pessoa ter uma determinada doença que alguém de sua família teve, porém não se deve naturalizar, não será por isso que necessariamente terá a doença. Na educação física, a pratica através da repetição, também naturaliza os movimentos. Deve-se estranhar o que é natural.
A professora Michelle relatou um episodio sobre uma professora de uma determinada creche que há 20 anos emprega o mesmo caderno de atividades. Este era usado durante todo o ano, porém, hoje em dia em um semestre ela passa todas as atividades do caderno. As práticas são repetidas todos os anos, e esta professora entende que sua aula não esta mais dando certo por causa das crianças do “novo tempo”. Por meio deste comentário foi ressaltado pelas professoras a importância da formação permanente no movimento de pensar a prática.
Sobre a formação continuada dos professores de classe, foi ressaltado que quando eles participam de alguma formação, aparecem mais propostas para práticas coletiva. As discussões nas reuniões de professores são mais participativas, com mais elementos. Por isso a importância da formação continuada de professores. Professor Alexandre sugeriu que os professores presentes convidassem mais professores para participar dos próximos encontros, pois o grupo está com uma discussão dos assuntos boa. A professora Inelve se propôs a convidar alguns e ligar para aqueles que já participavam, mas que por algum motivo não estão mais comparecendo ás reuniões. A Profª. Michelle comentou que há diretores de escolas não repassam as convocações ou convites para os professores, para não precisar liberá-los para realizar o curso. A professora Denize, que não tem podido frequentar as reuniões do grupo, sugeriu que voltássemos a fazê-las alternadamente, uma no período matutino e outra no vespertino, de forma que ficaria mais fácil para quem não pode estar presente em um período, não deixar de participar dos encontros. Ou, por outra, as pessoas podem se programar para uma tarde ou manhã por mês realocarem seus outros compromissos.
Finalizando o encontro, o professor Alexandre, dando encaminhamento à proposta de Lisandra, sugeriu que postássemos uma chamada no blog sobre a possível greve dos professores, e que os professores podem postar seus comentários no blog. Próximo encontro marcado então para dia 18 de maio, com discussão do texto de Vygotski, que estará disponível em breve no blog.